Mesmo sem gostar de falar muito sobre o assunto, as vezes
sinto que preciso falar. Venho lutando contra a síndrome do pânico a mais de três anos. Muitas vezes, como neste último mês tenho crises fortes e que demoram muito a passar. Sei que não é fácil de entender para quem não sabe a dimensão dos sintomas e da dor no peito e na alma, que a síndrome do pânico causa. Mas para quem tem ou conhece a síndrome do pânico, sabe bem tudo que passo.
Além da psicóloga e da psiquiatra que são dois anjos que Deus me enviou, conto com a compreensão, apoio e carinho dos meus filhos. Sem eles eu não sei como seria.
Os medos que tomam conta de mim, me paralisam. O medo da morte me rodeia a todo os momento.Tenho medo e sofro ao pensar na dor que minha morte causará aos meus filhos. É um medo tão profundo, tão dolorido,sinto um buraco no peito, daqueles buracos que sentimos quando recebemos a notícia da morte de alguém muito querido. Choro, fico sem dormir, quase não como, tenho taquicardia, dores de cabeça...e por aí vai. É difícil enumerar tamanho desconforto que o transtorno do pânico causa em mim. Raramente saiu de casa sozinha. O medo me aprisiona. E assim tem sido meus dias, semanas, meses, anos...
A única coisa que a síndrome do pânico não me tirou, foi minha fé. E é pela fé que tenho seguido em frente, mesmo deixando até minha dança para lá. Agora recebo visita da minha professora e grande amiga em minha casa de vez em quando. Ela vem me trazer um pouco de alegria e dançamos juntas aqui em casa.
Então é isto; um desabafo.
Continuo esperando dias melhores, com menos medo. Quem sabe um dia eu me veja livre disso tudo?
Quem sabe terei de volta segurança, minha força? Quem sabe?