Sempre amei escrever, para mim uma necessidade da alma.
Me coloco nas palavras, me entendo ao escrever o que tenho dentro de mim.
Sempre escrevi. Desde menina deixo registros dos meus sentimentos em papeis soltos, escondidos entre páginas de livros e em um diário que foi rasgado há uns anos...
Não é segredo para quem me acompanha aqui, que vivi um casamento longo e abusivo, triste... Foi quando ele leu meu diário que precisei parar de escrever, então ele foi destruído.
Mas, precisava escrever. Escrevia em folhas de caderno, lia e e queimava. Me aquietou por um tempo, mas as palavras que não escrevo me sufocam. Então surgiu, tímido como eu e como um por de sol de outono , o meu blog.
Cheio de nuvens, por vezes escuras, outras vezes avermelhadas, brilhantes, misteriosas...
Era um tempo onde eu ansiava por mudança, por libertação, por transformação. Primeiro no meu interior, depois, assim como as arvores no outono, me despir de tudo envelhecido, machucado, para dar lugar ao novo, a renovação.
Não sei quando comecei a amar o outono, só sei que as folhas caindo, mudando de cor, sendo varridas por ventos suaves que sopram principalmente nos fins de tardes, me encantam!
Então percebi a semelhança entre o outono e o que eu sentia.
A ânsia de mudança, mas não era ainda a minha estação.
Precisava mudar as folhas, perder galhos, deixar de florir e frutificar, adormecer dentro de mim e ficar a espera de Quando Meu Outono Chegar.