quinta-feira, 29 de novembro de 2018

RINDO OU NÃO

Quando digo que certas coisas só acontecem comigo, não estou brincando.
Tenho procurado emprego, alguma coisa para fazer para ajudar em casa, mas nada deu certo até hoje. Já não tenho mais onde procurar.
Desde que me separei , tenho sentido muita vontade de pedir o divórcio, mas ainda não fiz pelos motivos que já mencionei aqui. Preciso de tratamento, e sou dependente do plano de saúde da empresa que ele trabalha. Alias, trabalhava.
Ontem, recebi a notícia que ele foi demitido.
Então, mais uma vez a vida me dá uma rasteira.
Não pedi o divorcio para não perder, mas  perdi mesmo assim. Agora, nem divórcio, nem plano de saúde.
Agora enlouqueço de vez. Ou não!
No posto de saúde do bairro, só tem enfermeira, nada de médico... 
Não sei se rio ou choro.
Até quando? Não sei. 

Se não enlouquecer, ficarei mais forte.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MEU LAR












ANTES E DEPOIS







Há, quem entrar aqui, não se assuste com as paredes;
Nunca escondi o quanto batalhei para ter uma casa. Sempre sonhei e lutei para ter um cantinho simples, porem aconchegante, onde eu pudesse viver com meus filhos.
Já contei sobre isso aqui. 
Durante o tempo que fiquei casada, mesmo batalhando, não pude ter meu desejo realizado.
Compramos um terreno pequeno, há vinte anos. Neste tempo, bordei até a madrugada, quando se usava bordados em pedraria, fiz unhas, demonstrei  produtos de beleza...e mais uma porção de coisas para ajudar a pagar o terreno e construir a casa. Meu ex marido, nunca se importou ou quis uma casa pronta. O tempo foi passando, o que já havia sido construido e  não havia sido terminado, começou a desmoronar. As paredes somente no reboco, refletiam a tristeza e angustia que reinava em nossas vidas. A gente assistia televisão, fazia as refeições sentados no chão. Podem não acreditar, mas não podia falar em comprar um sofá.
Não se podia falar sobre o assunto de terminar a casa. Uma guerra começava. Ele dizia que para nós, estava mais que bom. Não que ele não ganhasse o suficiente. Ganhava sim.E eu sempre economizei. Nunca gastei com roupas, cabeleireiro, os meninos estudaram em escolas públicas...
Sempre mantive tudo limpo, mas o aspecto de abandono continuava.
O tempo foi passando e lá se foram dezessete  anos vivendo assim. Antes, a gente morava em uma casa bem velha, que era dos pais dele. Parecia que todo desprezo que vivíamos, toda dor, se espalhava pela casa. Dentro e fora. 
 Então, depois que ele se foi, mesmo sem dinheiro algum, eu sem trabalhar, resolvemos, eu e os meninos mudar um pouquinho nossa casa por dentro.  Então compramos uma tinta baratinha, e começou nossa aventura.
Fizemos uma sujeira tremenda, mas junto estava a alegria, a boa vontade...
Pintamos a casa por dentro, nos livramos de entulhos acumulados no quintal(ele não permitia tirar nada). Compramos um sofá ( calma que não fizemos nenhuma loucura). Sabemos o valor das prestações que podemos pagar.
Vi a alegria nos meninos e na casa. Hoje, ela reflete a leveza que está dentro de nós, a esperança em dias mais coloridos...Hoje sabemos que merecemos muito mais.
Falta muita coisa. Não tem cortinas nas janelas, não tem mesinha para tv, mas tem paz, tem respeito, tem gratidão.
Obrigada, meu Deus!

Este agora é um lar. Meu, dos meus filhos e de quem nos quer bem!